quinta-feira, 15 de agosto de 2019

A paciência de trabalhar na Penny Lane com Paul McCartney

Os Beatles trabalhando em Penny Lane em 17 de janeiro de 1967
"Penny Lane", uma música que não poderia ter vindo de nenhuma outra banda ou ter sido escrita por ninguém além de Paul. O single de 1967, lançado com a impressionante “Strawberry Fields Forever” de John no lado B, é considerado uma das melhores gravações da carreira da banda.
Como você poderia esperar, esse nível de perfeição não foi fácil. A partir do momento em que Paul apresentou a música no estúdio, os engenheiros sabiam que levaria um bom tempo. Acabou levando uma eternidade.
Quando os Beach Boys lançaram o Pet Sounds em 1966, um dos maiores fãs do álbum foi Paul McCartney. Então, quando o produtor George Martin e o engenheiro Geoff Emerick ouviram Paul dizer que ele queria “um som americano realmente limpo” para sua nova faixa, eles não ficaram surpresos.
Geoff Emerick, que contou a história no fascinante livro Here, There e Everywhere, soube como fazer com que Paul soasse. A coisa era, ele também sabia que levaria muito tempo para consegui-lo. “Eu estava convencido de que a melhor maneira de dar a Paul o que ele queria era gravar cada instrumento totalmente por conta própria”, lembrou Emerick.
Normalmente, a banda estabelece uma faixa de ritmo com os instrumentos de apoio (guitarra ou piano, baixo e bateria), em seguida, overdub vocais, solos e outros enfeites. Mas nesse caso, cada parte da seção rítmica teria sua própria sessão. E começou o mais devagar possível.
“Durante dias, os outros se sentaram na parte de trás do estúdio, observando Paul teclando por camada após teclado, trabalhando completamente por conta própria”, escreveu Geoff Emerick. Apenas no início daquele ano,Geof Emerick e os outros chefes dos Beatles quase explodiram quando passaram três dias inteiros gravando "Here, There and Everywhere" de Paul.
Agora Paul estava gastando tanto tempo gravando uma única faixa instrumental. E as sessões estavam apenas começando.

Efeitos sonoros, uma orquestra e um solo especial de trompa o mantiveram por 3 semanas.
Antes da banda mergulhar em "Penny Lane", os chefes do estúdio estavam ansiosos por terem terminado apenas duas músicas nas primeiras três semanas do Sgt. Pepper's. Mas a nova peça de Paul faria esse ritmo parecer rápido.
Nas próximas semanas, depois de tirar os instrumentos rítmicos do caminho, os Beatles passariam uma noite com efeitos sonoros (incluindo o sino do bombeiro);George Martin passaria vários dias escrevendo e organizando uma orquestra; e backing vocals (mais o principal do Paul) iria para a fita.

Mas isso não foi suficiente. Quando todos achavam que tinham uma música final nas mãos, Paul decidiu que ele tinha que fazer com que o trompetista principal da Royal Philharmonic Orchestra colocasse um solo de flauta trompete no álbum.
Como ele fez com um trompista francês durante as sessões do Revolver, Paul ficou nervoso pedindo um solo melhor.
A maioria concordaria que as três semanas foram bem gastas pelos Beatles. Mas não havia dúvidas de que a banda havia mudado. Recentemente, de volta da Índia, George Harrison não se adaptou bem no início. Entediado com toda a gente sentada, ele só contribuiu com uma faixa para as sessões que eventualmente produziram o Sgt. Pepper's.

source: Cheat Sheet

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