“Deus estava morto”, anunciava a revista Time, e os quatro fantásticos, mais populares que Jesus como garantia Lennon, enfrentavam de cabeça erguida o imenso nada espiritual, alimentados a cheques gordos e na ressaca de uma revolução do ácido que nunca chegou. “De repente tínhamos dinheiro mas não era assim tão bom”, explica Lennon no documentário “The Beatles Anthology”. “Parámos de fazer turnês, estávamos no meio dos anos 60, sempre em festa e meio que perdemos a nossa direcção espiritual, não que alguma vez tivéssemos uma direcção espiritual, mas perdemos na mesma e estávamos experimentando tudo”, reflete McCartney. “Descobrimos que o dinheiro não era a resposta”, concorda George: “Aprendemos que essas coisas não são importantes, que ainda faltava alguma coisa, e esse alguma coisa é o que a religião oferece às pessoas”.
“Eu estava com a Pattie e o George na casa deles em Surrey, tinha acabado de voltar de San Francisco”, lembra Jenny ao Observador, a irmã de Patty Boyd que foi casada com Harrison e depois com Eric Clapton: “E eles decidiram ver o Maharishi no País de Gales, fui com os dois e acabei por ser iniciada na prática”.
George Harrison já distinguia a meditação, era um entendido da cultura indiana e discípulo de Ravi Shankar, o músico virtuoso que, tal como no canto gregoriano, aclamava a música como uma conversa íntima com Deus. Quando o Maharishi convidou os Beatles a visitar o seu Ashram, local de meditação e erudição, George e a mulher são os primeiros a atirarem-se de cabeça, seguidos dos restantes dos Beatles, confirmando a velha piada que gostavam de contar: “Quantos Beatles são precisos para mudar uma lâmpada? Quatro!”
“Eu estava com a Pattie e o George na casa deles em Surrey, tinha acabado de voltar de San Francisco”, lembra Jenny ao Observador, a irmã de Patty Boyd que foi casada com Harrison e depois com Eric Clapton: “E eles decidiram ver o Maharishi no País de Gales, fui com os dois e acabei por ser iniciada na prática”.
George Harrison já distinguia a meditação, era um entendido da cultura indiana e discípulo de Ravi Shankar, o músico virtuoso que, tal como no canto gregoriano, aclamava a música como uma conversa íntima com Deus. Quando o Maharishi convidou os Beatles a visitar o seu Ashram, local de meditação e erudição, George e a mulher são os primeiros a atirarem-se de cabeça, seguidos dos restantes dos Beatles, confirmando a velha piada que gostavam de contar: “Quantos Beatles são precisos para mudar uma lâmpada? Quatro!”
“Quando o George e a Pattie entenderam que eu estava na mesma busca espiritual e tinha adorado meditar”, recorda Jenny, “perguntaram se queria ir com eles para o Ashram em Rishikesh. Para mim foi um sonho se tornando realidade”.
No outro lado do Atlântico, Mia Farrow começava a perceber que um casamento de última hora em Las Vegas com Frank Sinatra talvez não tivesse sido a atitude mais prudente. “Decidi ir estudar meditação durante quatro meses para Rishikesh”, conta Prudence Farrow, “enquanto a minha irmã não estava interessada em estudar durante esse tempo todo, ela queria aprender apenas um pouco de meditação, descansar e recuperar de um divórcio muito complicado”.
Paul Saltzman e Ringo
Encantado pelos ensinamentos do mestre, o produtor Paul Saltzman segue caminho para o Parque Nacional de Rajaji, no sopé dos Himalaias, onde corre o sagrado Ganges, e se esconde no Ashram do Maharishi. “Nas portas do Ashram descobri que estavam lá os Beatles, que foi a pior notícia possível, pois não me deixaram entrar. Perguntei se podia esperar e esperei durante oito dias na porta, não sabia mais o que fazer, estava mesmo desesperado. Quando consegui entrar, ensinaram-me a meditar em cinco minutos, meditei durante meia hora e foi um milagre imenso, a faca que estava espetada saiu do meu coração. Depois conheci os Beatles.”
Amanhã a terceira parte de 4....
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fonte/source: Observador e Telegraph UK
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