Naquele
tempo, os quatro de Liverpool refugiaram-se no sopé dos Himalaias para
ouvir um guru sorridente. Três colegas de meditação, incluindo a musa da
canção “Dear Prudence”, recordam a viagem.
“The sun is up, the sky is blue
It’s beautiful and so are you
Dear Prudence won’t you come out to play”
It’s beautiful and so are you
Dear Prudence won’t you come out to play”
O
singelo convite não foi suficiente para convencer Prudence, irmã da
atriz Mia Farrow, a dar um descanso à meditação reclusa, no quarto
isolado em Rishikesh, Índia, no sopé dos Himalaias. “Querida Prudence,
abre os teus olhos”, continua a sedução cantada de John Lennon, do outro
lado da porta cerrada, rodeado de paz interior e incomodado com a
persistência meditativa da jovem californiana.
O
sol aparece e Prudence decide finalmente acompanhar o astro, fora do
quarto para o centro do sistema solar, que estava estranhamente alinhado
ao Norte da Índia, desde que as quatro estrelas incandescentes de
Liverpool conseguiram rodar a atenção do planeta para o Oriente, em
fevereiro de 1968. “Mesmo quando o John estava para ir embora do curso
de meditação, o George disse-me que ele tinha acabado de escrever uma
música para mim”, conta ao Observador a musa de “Dear Prudence”, 50 anos
depois de estar fechada no quarto meditando, enquanto lá fora John
Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr procuravam algum
sentido nesta coisa de estar vivo.
“Ela tentando encontrar Deus mais depressa que os outros”, contou John na célebre entrevista póstuma para a Playboy. “Essa era a competição no campo do Maharishi, quem vai ser cósmico primeiro”. Em 1955, um indiano nascido em Jabalpur, formado em física, decide mudar o nome para Maharishi Mahesh Yogi e viajar pelo mundo pregando a boa nova da meditação transcendental, uma prática destinada sobretudo para a sociedade ocidental.
“Ela tentando encontrar Deus mais depressa que os outros”, contou John na célebre entrevista póstuma para a Playboy. “Essa era a competição no campo do Maharishi, quem vai ser cósmico primeiro”. Em 1955, um indiano nascido em Jabalpur, formado em física, decide mudar o nome para Maharishi Mahesh Yogi e viajar pelo mundo pregando a boa nova da meditação transcendental, uma prática destinada sobretudo para a sociedade ocidental.
“Conheci
o Maharishi em 1966 e aprendi logo a MT (Meditação Transcendental)”,
lembra Prudence, sobre o período que o guru começa a requisitar a
presença de celebridades nas aulas, com um pé em San Francisco de flores
na cabeça e outro na Swinging London. “O MT reduz o stress de uma forma
que os outros tipos de meditação não conseguem, cura as dores que nós
carregamos, é muito eficaz”, explica hoje professora desta prática
popular de fechar os olhos e recitar mantras, parte da vida de gente tão
diversa como David Lynch e Katy Perry ou o Presidente Marcelo de
Portugal. “É um método antigo de meditação que foi simplificado pelo
Maharishi, para encaixar na nossa realidade quotidiana, de quem tem
muito pouco tempo”
“A
irmã da Mia Farrow hibernava e meditava”, conta divertido Ringo Starr
no documentário de Scorsese, “George Harrison: Living in the Material
World”. “Toda gente batia à porta e perguntava se ainda estava viva”.
Amanhã a segunda parte de 4....
“Ele
não estava exagerando”, confirma-nos Prudence: “O Maharishi é que nos
encorajava a tirar o máximo possível da experiência”. Não foi apenas a
Prudence que uma peregrinação para os confins da Índia mudou
radicalmente a perspectiva de vida, também a Jenny Boyd, cunhada de
George Harrison, que desistiu de uma carreira promissora de modelo após
descobrir a meditação, e Paul Saltzman, anónimo canadiano que encontrou
redenção entre as quatro pessoas mais famosas do planeta. E também com
eles conseguimos trocar algumas memórias.
Amanhã a segunda parte de 4....
fonte/source: Observador e Telegraph UK
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