domingo, 26 de agosto de 2018

O single Hey Jude completa 50 anos parte 1

"Hey Jude" é uma canção dos Beatles composta por Paul McCartney, creditada à dupla Lennon-McCartney, e lançada em 26 de agosto nos Estados Unidos  e 30 de agosto no Reino Unido no Lado A do single Hey Jude/Revolution de 1968. Apesar da longa duração da canção (mais de sete minutos, o que era muito incomum na época), foi o single mais vendido dos Beatles.Foi eleita pela revista Rolling Stone a 8ª maior música de todos os tempos. 
Origem 
A canção foi escrita em junho de 1968, quando Paul McCartney foi visitar Cynthia Lennon e seu filho Julian. Após o interesse de John em Yoko Ono e o pedido de divorcio de Cynthia, Paul como amigo do ex-casal, sentiu que precisava dar seu apoio a ela.
Segundo Paul no “The Beatles Anthology”: "Eu achei que como amigo da família eu poderia ir a casa deles dizer que tudo ficaria bem, tentar animá-los e ver como estavam. Eu dirigi cerca de uma hora. Eu costumava desligar o rádio nessas viagens e cantarolar, vendo se conseguia compor canções. Então comecei a cantar - 'Hey Jules - don't make it bad, take a sad song, and make it better...' – como uma mensagem de esperança para Julian. Tipo, ‘qual é cara, seus pais estão se divorciando, sei que não esta feliz, mas você ficará bem.’ Depois eu mudei o nome de Jules para Jud, que era um personagem em Oklahoma! e eu gostei do nome.” 
Posteriormente, Cynthia relembra: "Eu fiquei realmente surpresa quando, numa tarde, Paul chegou por iniciativa própria. Eu fiquei comovida pela sua evidente preocupação por nosso bem-estar, e ainda muito mais comovida quando ele me presenteou com uma rosa vermelha acompanhada de uma mensagem bem-humorada 'que tal isso, Cyn, se nós dois nos casássemos?' Nós dois rimos ao imaginarmos a reação do mundo a um anúncio desses. No caminho, ele compôs ‘Hey Jude’ no carro. Nunca me esquecerei de seu gesto de carinho e consideração vindo nos ver. Isso me fez sentir importante e amada, em oposição a me sentir descartada e ultrapassada."
McCartney gravou um demo no piano após seu retorno. Em 26 de julho, Lennon e Yoko estavam hospedados em sua casa, e Paul tocou para eles pela primeira vez. Paul fala sobre no livro “Many Years From Now” de Barry Miles: “Eu terminei tudo na minha casa em Cavendish e eu estava na sala de música no andar de cima quando John e Yoko vieram. Eles estavam de pé atrás de mim enquanto eu tocava para eles a canção. E quando chegou na frase: ‘The movement you need is on your shoulder,’ Eu olhei para ele e disse, ‘eu vou mudar essa linha, está meio fraco.’ E John disse, ‘Você não pode e sabe disso...é a melhor frase da canção.’ Essa foi a colaboração. Quando alguém fala firmemente para você manter algo que iria jogar fora. E toda vez que canto essa linha penso em John.” 
John Lennon mais tarde deixou sua opinião sobre a canção ser direcionada ao seu relacionamento com Yoko, como dito na entrevista para a revista Playboy em 1980: “Paul disse que escreveu para Julian. Ele sabia que me separava e deixava de morar com Julian. Ele cuidava de Julian como um tio, e compôs ‘Hey Jude.’ Mas, sempre achei que fosse uma canção direcionada a mim. Se pensar bem, não quero ser comparado à aqueles fãs que lêem coisas na canções... Mas a letra: ‘Hey, John... go out and get her.’ Em seu subconsciente o anjinho dizia, ‘Seja abençoado, me deixe’ mas o seu diabinho não gostava nada daquilo, pois ele não queria perder sobretudo seu parceiro.” 
Da mesma forma como fizera com "Yesterday", Paul passou a tocar sua nova canção orgulhosamente para qualquer um que encontrasse dessa vez sem medo do plágio (pois com Yesterday, ele tinha receio de que se tratava de uma melodia já existente). Um membro do Badfinger, a primeira banda a participar do selo dos Beatles, a Apple Records, relembra o primeiro dia deles no estúdio: "Paul foi até um grande piano e disse 'Hey, pessoal, ouçam isso', então ele se sentou e nos ofereceu um concerto completo de 'Hey Jude'. Nós ficamos embasbacados." 
As anotações da canção foram compradas por Julian Lennon em um leilão por £25,000. Em 2002 a letra original escrito a mão foi leiloado por £80,000, mas Paul tentou impedir o leilão alegando que o artefato tinha desaparecido de sua casa em Londres, porém Richard Morgan, o representante da Christie's, disse que Paul nunca provou que o papel estava em seu poder. A justiça decidiu em favor de McCartney que proibiu a venda. 
01 de agosto no Trident Studios
Gravação 
Os Beatles começaram as gravações de “Hey Jude” em 29 de Julho de 1968. A primeira sessão era mais um ensaio do que gravação. Eles sabiam que a música teria uma boa repercussão como um single, então dedicaram o tempo para aperfeiçoar os arranjos. Eles gravaram seis takes naquele dia.
No “The Beatles Anthology,” Paul fala um pouco sobre George Harrison e as gravações: “Em ‘Hey Jude’ quando eu sentei ao piano e comecei a cantar, ‘Hey Jude...’George veio com um riff de guitarra. Eu continuei, ‘Don’t make it bad...’ e ele com o mesmo riff, ou seja, ele estava respondendo com riffs todas as frases. Então eu disse, ‘Ei George, eu não acho que isso fica bom na canção. Talvez você devesse tocar só nas estrofes inteiras, mas por enquanto vamos manter as coisas simples, OK?’ Ele disse, OK, OK, beleza.’ Mas eu estava ficando meio puto com aquilo, ele não estava entendendo o que eu queria.”
“Eu insistia para ele não responder tudo com riffs de guitarra, porque aquilo era importante pra mim, mas claro que se você disser pra um guitarrista que não deva tocar, ele vai achar que você esta boicotando ele. Eu acho que George se sentiu tipo, ‘Desde quando você vai me dizer quando eu tenho que tocar? Eu sou um Beatle também!’ Então eu posso entender seu ponto de vista.”
 01 de agosto no Trident Studios
Na noite seguinte eles continuaram trabalhando na canção, gravando os takes 7 ao 23. George Harrison não tocou então decidiu esperar na sala de controle do lado de fora. A sessão foi filmada para o documentário do Conselho Nacional de Música da Grã-Bretanha, que filmaram e transformaram num curta-metragem chamado “Music!” 
Ao final da sessão, o produtor George Martin fez uma mixagem padrão a fim de trabalhar na trilha orquestral que foi gravada em 1° de agosto.
Ringo Starr no “The Beatles Anthology”: “Essa canção se tornou clássica. Me senti bem em grava-la. Foi cansativo algumas vezes, fazer ela sair certa, mas ela ficou perfeita como tinha que ser.” 
Em 31 de julho eles foram para o Trident Studios para gravar a canção na mesa de 8 canais, novidade na época. Segundo Paul McCartney: “Há algo inusitado sobre as gravações. Estávamos no Trident em Soho e Ringo tinha ido ao banheiro e eu não reparei. O banheiro era apenas alguns metros da cabine da bateria, mas ele passou por mim e eu estava distraído ao piano. Eu comecei o take usado na canção pensando que ele estava na bateria, e quando estava próximo da bateria entrar na canção, eu percebi Ringo passando rápido pelas minhas costas para chegar à cabine e quando ele chegou sua bateria estava impecável e ele entrou no tempo certinho! E eu rindo pensei, ‘esse é o take, tem que ser!’ Quando acontece essas coisas, é tão mágico! Então fizemos uma ótima gravação.” 
 01 de agosto no Trident Studios
A canção foi completada no dia 1 de agosto, com Paul adicionando baixo, vocais e os outros Beatles com os vocais de apoio. Depois a orquestra foi adicionada e os músicos foram chamados para uma sessão de vocais de apoio e palmas a fim de tornar a canção mais grandiosa.

Amanhã a parte 2...

source: Wikipedia

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